ALGUNS DADOS
Segundo a OMS, Organização Mundial da Saúde, estima-se que 12 bilhões de dias de trabalho são perdidos anualmente por causa da depressão e da ansiedade, custando à economia mundial quase1 trilhão de dólares.
O último mapeamento global de saúde mental feito pela OMS revelou que o Brasil tem a maior prevalência de ansiedade, com 9,3% da população sofrendo do transtorno. Já o relatório Anual do Estado Mental do Mundo, encomendado pela Sapen Labs, divulgado em março de 2023, mostra que o Brasil ocupou o terceiro pior índice de saúde mental em um ranking que contou com 64 países, ficando abaixo apenas da África do Sul e do Reino Unido.
Entre janeiro de 2020 e abril de 2022, foram analisados 480 mil atestados médicos cadastrados na plataforma CloseCare, reunindo 16 companhias de setores e portes diversos que usam o serviço.
As doenças psicoemocionais são a terceira maior causa de afastamento do trabalho no Brasil – que atingiu recorde de concessão de auxílio-doença em 2020 – e será a principal até 2030.
O tempo médio de afastamento por saúde mental costuma ser de seis dias – período 128% superior à indicação padrão para outras doenças. No caso dos atestados de ansiedade, o afastamento passou de 3,3 dias em 2020, para 4,7 dias em 2022, um aumento de 42%.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua de outubro de 2021, a renda mensal média do brasileiro é de R$ 2.449,00.
Com base nesses dados a CloseCare calculou que o afastamento custa em média R$ 1.293,00 para as empresas e a produtividade reduzida com pedidos motivados por questões de saúde mental deveria chegar a R$ 5 bilhões até o final do ano de 2022.
Diante das mazelas ligadas à crise sanitária, o absenteísmo volta a aumentar. Segundo o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), em 2022, 209.124 mil pessoas foram afastadas do trabalho por transtornos mentais entre depressão, distúrbios emocionais e Alzheimer.
PREPARAR OS COLABORADORES PARA AS APOSENTADORIAS
Após anos de muito trabalho, dizer adeus à profissão de uma vida e se adaptar a uma nova rotina diária representa uma mudança significativa.
A aposentadoria marca o início de uma fase desconhecida em que seu senso de vida pode se tornar evasivo e afetar seu bem-estar mental.
À medida que construímos nossos planos de carreira, também forjamos uma identidade profissional que está intimamente ligada ao nosso trabalho.
Além disso, os funcionários adquirem um senso de proposito e pertencimento, e a perda dessa conexão pode causar insegurança àqueles que enfrentam a aposentadoria.
Com o passar dos anos, há uma simbiose entre o estar e o ser. O colaborador É o Responsável, o Gerente, o Diretor, o Chefe… e não Mário, Raquel, João, Carlos, Fátima…
Para alguns, sua identidade está intimamente ligada ao seu papel profissional. A supressão repentina dessa identidade pode gerar um profundo sentimento de perda. Isso é especialmente comum entre as pessoas que precisam se aposentar inesperadamente.
A solidão é uma grande barreira para as pessoas que se aproximam da aposentadoria. O local de trabalho incentiva inerentemente a interação e as relações sociais. Eis porque é difícil renunciar ao contato diário com colegas que pensam da mesma forma. Lidar com a aposentadoria de forma isolada pode ser assustador e muitas vezes leva à depressão, ansiedade e diminuição da autoestima.
Com a implantação de um programa esportivo especifico para esse publico, durante os 3/5 últimos anos antes da aposentadoria, as empresas podem colocar os futuros aposentados em contato com atividades esportivas para lhes dar novo ressignificado de pertencimento em um grupo de pessoas de mesmo interesse. Novos amigos, novos desafios, viagens, socialização, manutenção da auto estima, através de esportes.
ATIVIDADES FISICAS PARA REDUZIR AS DOENÇAS E O ABSENTEISMO
Negar os benefícios do esporte para a saúde seria o mesmo que se juntar à seita dos terraplanistas ou céticos do pouso na Lua. Nas empresas, 24% dos colaboradores querem praticar esporte para manter uma boa forma física, 23% também querem descomprimir, 17% querem tomar um ar fresco, 16% querem manter-se em forma, 6,5% querem melhorar o seu desempenho, 6% querem encontrar amigos e 3% querem fortalecer os laços sociais. Algumas dessas motivações estão relacionadas ao manejo do estresse que pode ser causado por dificuldades relacionadas às práticas gerenciais, sedentarismo excessivo ou ambiente de trabalho precário.
PREVENIR É MELHOR DO QUE REMEDIAR
O bem-estar é injetado na vida diária.
As empresas que criaram um programa esportivo para suas equipes por meio de desafios ou campeonatos registram uma clara melhora em termos de redução do estresse, melhora do humor (mais funcionários se declarando “felizes” no trabalho) e arcam com menos custos relacionados ao absenteísmo.
A atividade física reforça a coesão de equipe e melhora o clima social.
A prática esportiva quebra as barreiras na empresa e funciona como uma alavanca para a construção de equipes, o que a longo prazo ajuda a reduzir o absenteísmo.
Participar de desafios esportivos juntos, seja contando passos, correndo, pedalando ou nadando, incentiva os funcionários a interagirem mais, bem como a entrarem em contato com funcionários que não veem em seu trabalho diário.
A atividade física no ambiente de trabalho melhora a marca empregadora.
A atratividade das empresas que implementam um programa de bem-estar aumenta significativamente. São percebidos como cuidadores de seus colaboradores, dinâmicos, modernos, inovadores e atrativos. Os jovens talentos são particularmente sensíveis à implementação de tais programas e tendem a se ausentar menos da empresa. Esses resultados são confirmados mesmo nos primeiros anos após o recrutamento, quando as taxas de absenteísmo costumam ser mais altas em média.
A atividade física também reduz a rotatividade.
Os programas de bem-estar também tendem a reter os funcionários a médio e longo prazo, melhorando o ambiente geral de trabalho, mas também ajudando os funcionários a encontrarem um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional. As ausências e as saídas antecipadas são significativamente reduzidas, desde que os programas de bem-estar se mantenham ativos ao longo do tempo.
O esporte contribui para o aumento da produtividade.
Os estudos sobre a ligação entre produtividade e bem-estar no trabalho multiplicam-se: já se demonstrou que um colaborador feliz e plenamente integrado na empresa é mais envolvido, produtivo e criativo. Através do efeito combinado da ação sobre a saúde física, mental, vida social e redução do estresse, o esporte no local de trabalho ajuda a melhorar a produtividade, mas também o sentimento de satisfação com o trabalho realizado, que tem um impacto duradouro no engajamento dos funcionários.
Mexer mais, trabalhar melhor!
ALAVANCANDO A PRÁTICA ESPORTIVA
De campeonatos internos a subsídios financeiros para atividades físicas, há inúmeras maneiras de incentivar a cultura do esporte nas empresas.
Sair da sala de reunião, escolher uma trilha em região próxima para fazer uma corrida de aventura logo depois de definir as metas para o ano e refletir sobre como melhorar o negócio é trabalhar de forma original e saudável – é uma lufada de vento fresco que acionará melhor a criatividade e o engajamento das pessoas.
As empresas talvez devessem pensar em implantar a prática esportiva como parte de seus Valores.
O esporte é um valor universal pois sua linguagem é compreendida por todos. Ele apresenta um enorme potencial de comunicação global. A Marca será fixada na memoria dos grupos de mesmo interesse para a construção de seu capital intelectual.
A prática esportiva no ambiente de trabalho vai além da simples promoção de um modo de vida saudável.
Faz parte de uma abordagem global que visa melhorar a qualidade de vida no trabalho e promover o compromisso coletivo.
Acredito que seja fundamental incentivar a diversidade de atividades esportivas e envolver a gestão para o sucesso do projeto.
Tudo o que a empresa precisa fazer é traçar e implantar as diretrizes para o incentivo da prática esportiva para tornar seu programa de esportes corporativos um sucesso com seus colaboradores!
E como bem diz Richard Branson, o famoso fundador da Virgin:
“Cuide dos seus funcionários e eles cuidarão do seu negócio“.