Além dos surtos inflamatórios, a atividade física é recomendada em todos os pacientes com osteoartrite, independentemente do estágio ou localização da doença.
Ao contrário da crença popular, é aconselhável mexer-se se tiver artrose. «A atividade física foi destaque no congresso da Osteoartrite Research Society International, realizado no início de maio no Canadá», observou o professor Francis Berenbaum, chefe do serviço de reumatologia do Hospital Saint-Antoine (AP-HP) e chefe da equipe «doenças articulares relacionadas à idade» (Inserm). «Não há necessidade de se realizar mais estudos sobre os efeitos da atividade física na osteoartrite do joelho», diz um post de pesquisadores holandeses e australianos que o especialista tweetou.
A doença articular mais comum, a osteoartrite afeta na França cerca de 10 milhões de pessoas, das quais 6 a 7 milhões são sintomáticas. Afeta principalmente o joelho, a anca, a mão, a coluna vertebral. Caracteriza-se pelo desgaste precoce da cartilagem que perde espessura, se fragmenta e acaba por desaparecer. O que leva a dores, por vezes muito fortes, bastante relacionadas com o esforço, e em alguns casos uma perda de mobilidade que pode resultar em uma grande deficiência.
Existem várias artroses, a relacionada à idade, e/ou a genética, ou a relacionada a acidentes esportivos (meniscos, rupturas de ligamentos cruzados…) ou uma repetição de micro traumas. A síndrome metabólica e a obesidade também estão entre os principais fatores de risco, com três vezes o risco de ter osteoartrite para uma pessoa obesa.
Atualmente, existem apenas os chamados tratamentos sintomáticos para tratar a dor. Neste contexto, a prevenção é a chave, antes que a doença ocorra e mesmo quando é declarada. A atividade física, portanto, ocupa um espaço enorme na terapia. “Recomenda-se em todos os pacientes com osteoartrite, independentemente do estágio ou localização da doença e das comorbidades associadas”. A atividade físcia atua contra a dor e permite ter uma cartilagem de melhor qualidade.
Bloqueio da inflamação
Contra a artrose do joelho, por exemplo, pesquisadores da Universidade Queen Mary, no Reino Unido, mostraram que a atividade física estimula as células presentes na cartilagem, capazes de bloquear a inflamação. Eles preconizam 6.000 passos por dia para proteger as articulações do joelho.
«O exercício está agora no centro do tratamento da artrose, a palavra de ordem é «mexa-se», mas não de qualquer maneira e deve feito fora dos surtos inflamatórios», resume Francis Berenbaum. São necessárias precauções: as atividades físicas de baixo impacto e tensões articulares devem ser preferidas, como caminhar, andar de bicicleta, nadar ou fazer hidroginástica. Mas se o paciente gosta de correr e não sente dor ao correr ou depois de correr, continue, em doses moderadas para mitigar os impactos.
Aliás, é o que faz Jean-Claude, fotógrafo de imprensa. Com 58 anos de idade, retomou a corrida há cinco anos e corre maratonas. Ele recebeu o diagnostico de osteoartrite do joelho no final de 2018. Mas ele continua correndo, pois para ele é um prazer além de ser uma forma de «ter o controle da dor». Especialmente porque a dor no joelho é mais forte quando passa o dia com a sua câmara de ombro do que quando corre.
Por outro lado, quando o paciente permaneceu sedentário durante muitos anos, recomenda-se ser supervisionado por um fisioterapeuta para se recuperar. Quanto a saber se a atividade física retarda o curso da doença…. estudos estão em andamento.
(fonte: jornal “Le Monde”, 15/05/2019 por Pascale Santi) – tempo de leitura: 2min
