O INSEE (Institut national de la statistique et des études économiques), divulgou um estudo cujos dados estão tirando o sono das políticas públicas francesas.
A população com 75 anos e mais será três vezes maior entre 2010 e 2050, com a previsão de atingir o número de 15,36 milhões de pessoas com mais de 85 anos. Dessas, 2,2 milhões perderão a autonomia.
Atualmente, há 1.300.000 pessoas dependentes, a maioria, mulheres.
Dependência é definida como a necessidade de ajuda que as pessoas acima de 60 anos precisam para algumas atividades essenciais no quotidiano delas.
Esse percurso do envelhecimento acarreta preocupações em relação às evoluções das políticas públicas para as pessoas idosas: aposentadorias, despesas de saúde, mas também como assumir as pessoas em estado de dependência cujo número só fará aumentar nos próximos anos.
Essa população considerada dependente (física e mental) tem dois recursos de auxílio: a familiar e a coletiva.
A primeira é uma ajuda dos familiares próximos para as atividades do dia a dia.
A segunda se traduz pela implantação de prestações especificas para esses cidadãos.
Na realidade, o numero de cuidadores ou familiares que auxiliam essas pessoas tende a diminuir devido à diminuição de crianças para cada família e à dispersão geográfica das famílias.
ATÉ 2050 A FRANÇA TERÁ 50% A MAIS DE PESSOAS IDOSAS DEPENDENTES
A idade média das pessoas dependentes aumentará demais entre 2000 e 2050, passando dos 78 anos aos 82 anos para os homens e dos 83 para os 88 anos para as mulheres.
1 ENTRE 4 PESSOAS DAS GERAÇÕES POS-GUERRA PERDERÁ A AUTONOMIA
Uma dependência curta para todas as pessoas da população não é equivalente a uma dependência que só atinge uma parte da população, mas durante longos períodos.
A duração média da dependência é de 4,4 anos (3,7 anos para os homens e 4,7 para as mulheres).
Dado interessante: o nível de estudos tem dois efeitos durante a dependência antes do falecimento.
As pessoas que estudaram mais têm uma esperança de vida maior. Ou seja, tem mais chance de ser dependente.
Por outro lado, essas mesmas pessoas têm nível de dependência mais leve – sobretudo os homens.
Os que têm mais diplomas têm menos dependência.
CUSTOS COM A DEPENDENCIA
O auxílio (APA) para os dependentes tem como objetivo arcar com parte das despesas referentes à perda da autonomia. Em 2014, a França gastava 30 bilhões de euros por ano (1,4 do PIB) para arcar com os custos das pessoas idosas que apresentam perda de autonomia. Desses 30 bilhões de euros, 23,7 são financiados pelo poder público e 6,3 bilhões são assumidos pelas famílias.
O Ministério da Saúde francesa estima que em 2060 tais custos representarão 2,78 do PIB.
No geral, 49% dos franceses consideram que a questão da saúde e do acompanhamento dos problemas dos idosos constitui um tema prioritário. Esse número aumenta junto aos cuidadores: 59%.
51% dos franceses declaram ter conhecimento da perda de mobilidade, da vista ou da audição, 50% das doenças crônicas (Alzheimer, senilidade precoce…).
Porém, somente 42% conhecem as medidas de prevenção para estancar ou diminuir os riscos da falta de autonomia.
OS ESPORTES X O ENVELHECIMENTO
Para as pessoas com idade igual ou mais de 65 anos (com boa saúde), a atividade física inclui o lazer, os deslocamentos (a pé ou de bicicleta), as atividades profissionais, as tarefas domésticas, as atividades lúdicas, os esportes ou o exercício planejado, no contexto da vida quotidiana, familiar ou comunitária.
Para melhorar a resistência cardiorrespiratória, a condição muscular e óssea e reduzir o risco de doenças não transmissíveis, depressão e deterioração da função cognitiva:
- Os adultos mais velhos devem se envolver em pelo menos 150 minutos de atividade de resistência de intensidade moderada ou pelo menos 75 minutos de atividade de resistência de intensidade vigorosa, ou uma combinação equivalente de atividade de intensidade moderada e vigorosa durante a semana.
- A atividade de resistência deve ser praticada em períodos de pelo menos 10 minutos.
- Para obter benefícios adicionais para a saúde, os adultos mais velhos devem aumentar a duração da atividade de resistência de intensidade moderada para 300 minutos por semana ou 150 minutos por semana de atividade de resistência de intensidade vigorosa, ou uma combinação equivalente de atividade de intensidade moderada e vigorosa.
- Idosos com mobilidade reduzida devem praticar atividade física para melhorar o equilíbrio e prevenir quedas pelo menos três dias por semana.
- Exercícios de fortalecimento muscular envolvendo os principais grupos musculares devem ser praticados pelo menos dois dias por semana.
- Quando os adultos mais velhos não podem se envolver na quantidade recomendada de atividade física por causa de sua condição de saúde, eles devem ser tão fisicamente ativos quanto suas habilidades e condições permitem.
- A atividade física refere-se a qualquer movimento produzido pelos músculos esqueléticos, responsável por um aumento no gasto energético.
- A inatividade física (falta de atividade física) é considerada o 4º principal fator de risco para morte em todo o mundo (6%). Estima-se também ser a principal causa de 21 a 25% dos cânceres de mama ou cólon, 27% dos casos de diabetes e cerca de 30% de doença cardíaca isquêmica.
Atualmente, basta viajar um pouco, para ver que os mais velhos estão passeando de bikes, estão nas piscinas, nos barcos, dirigindo seus carros e em muitos outros lugares, como golfe, tênis e em bibliotecas… Eles também estão fazendo suas tarefas domésticas, compras, museus, participando dos cuidados e lição de casa de seus netos. São pilares associativos e palestrantes nas universidades. Eles viajam muito e longe…
Então, vamos deixar o esporte para eles como prerrogativa de sua idade!
Os idosos são modelos para os mais jovens e não hesitam em se superar por eles, mantendo-se em forma.
(fonte: associationfranceprevention)
PARA TER LONGEVIDADE COM QUALIDADE DE VIDA E DIMINUIÇÃO DO TEMPO DE DEPENDENCIA