Reportagem em Hauts-de-Seine, em Courbevoie, em uma empresa que acaba de desenvolver suas instalações para facilitar a atividade física durante o trabalho e os intervalos.
Na entrada do prédio, a inscrição acima do interfone dá o tom: “Home segundo andar, não é tão difícil pela escada. O layout e a decoração do hall deste pequeno edifício moderno em Courbevoie (Hauts-de-Seine) estão na vanguarda. Aqui, tudo é convite para se mexer, com um sorriso. Em uma parede preta, um paraquedas desenhado com efeito de ilusão de ótica (trompe-l’oeil) te convida a fazer Wall Sit, conhecido como “cadeira” (costas na parede, joelhos dobrados em posição como se estivesse sentado). No chão, linhas coloridas direcionam ostensivamente os visitantes para as escadas, com sinalização apoiada por mensagens de incentivo em letras grandes nas paredes. Os que hesitem e ficam tentados a subir de elevador recebem uma mensagem «Você ainda tem a opção de usar sua energia subindo as escadas em vez de subir pelo elevador». Este meio de transporte «representa de 5% a 8% do consumo de energia de um edifício», enfatiza um painel ao lado das portas.
Escadas da sede da empresa Printvallée, em Courbevoie em janeiro 2024. MAZAM
Os candidatos para subir a pé são encorajados por um «Suba sete minutos de escada por dia, menos 50% de risco cardiovascular ao longo de dez anos», inscrito nos três primeiros degraus. Na verdade, foi provado que a prática regular dessa atividade, que solicita o coração e o sistema respiratório – especialmente na subida – e fortalece os músculos – tanto na subida quanto na descida -, reduz o risco de infarto e acidente vascular cerebral.
Enquanto as escadas dos edifícios modernos são geralmente sinistras e inacessíveis, visto que são consideradas apenas uma opção de emergência, esta se destaca pela sua decoração colorida e dinâmica, sobre o tema da escalada e da montanha. Dois andares acima, chegamos a escritórios elegantes, onde reina o mesmo espírito.
Bicicletas-ergométricas e mesas altas que obrigam a pessoa a ficar de pé, assentos formato bola, acessórios múltiplos e variados de acesso livre (saco de boxe com luvas, jogo de dardos, minicesto de basquete, escada sueca para alongar ou fazer abdominais…) incentivam a atividade, tanto durante o trabalho quanto durante os momentos de pausa. Assim como as múltiplas mensagens nas paredes, que lembram que é bom não se sentar por muito tempo. Maneiras lúdicas de combater o estilo de vida sedentário e seus muitos danos à saúde. Como os britânicos proclamam, «ficar sentado é o novo smoking» («ficar sentado é o novo tabagismo»).
Swiss ball A bola não tem
Escada de barras / escada sueca para ginastica
Adotar os mesmos hábitos no trabalho remoto
Sede da agência de comunicação e design gráfico Printvallée, suas instalações são uma espécie de apartamento piloto da Mazam, uma empresa de remodelação de espaços de trabalho, que está se lançando no design ativo. «O princípio deste conceito é incentivar a atividade física de forma livre e espontânea», especifica Christophe Mazières, presidente da Printvallée e fundador da Mazam, com Nicolas Paugam.
Se o conceito nudge («ferramenta projetada para modificar nosso comportamento diariamente, na forma de um incentivo discreto», segundo a Inserm) está se desenvolvendo gradualmente nos últimos anos, a do design ativo está engatinhando na França, e principalmente para ambientes externos. Dessa forma, no contexto do legado dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, um subsidio é dado para financiar 200 salas de aula “ativas” de escolas primárias, após um teste piloto positivo em Saint-Dizier (Haute-Marne).
Paralelamente à implantação para facilitar o esporte nas empresas (em particular por um decreto de 2021 que isenta dos encargos sociais os empregadores que disponibilizam aos seus empregados instalações desportivas ou prestações de atividade física), o design ativo poderia participar na luta contra o estilo de vida sedentário dos trabalhadores do terciário?
Convencido, Nicolas Paugam planeja mostrar isso levando como exemplo a empresa Mazam, «ao levantar dados de quantos pessoas usam as escadas, áreas ativas…». Ele também espera que esses novas readaptações das instalações – inauguradas em 18 de janeiro – incentivem os vinte e cinco funcionários da Printvallée a adotarem os mesmos gestos quando estão trabalhando remotamente.
E o custo? Para os dois fundadores da empresa, continua a ser acessível, de 10 a 50 euros por metro quadrado. Especialista em política pública esportiva que colabora com Mazam, o ex-deputado do Loire Régis Juanico, autor de Bougeons! (Vamos nos Mexer!) – Manifesto para estilos de vida menos sedentários – reeditado recentemente (Editions de l’Aube, 2023), defende créditos fiscais para empresas que desejam adquirir mobiliários ativos.
(fonte: jornal “Le Monde“, Crônica Sandrine Cabut e Pascale Santi, 02/2/2024)
